28 de junho de 2013

Andar junto

Relacionamento, um assunto fundamental! A base da sobrevivência humana! Somos seres criados para viver em RELACIONAMENTO! A bíblia é repleta de relacionamento. Servir a Jesus, ser discípulo, ser cristão, é se relacionar! Missões e discipulado tem como base o relacionamento. Uma pessoa que se relaciona bem com o seu próximo, é mais certo de ter um relacionamento firme com Deus.

Tenho boas experiências de relacionamento no exercício do ministério. Umas positivas, outras negativas, mas sem dúvida, todas contribuintes para uma experiência consistente, segura. Sobre tudo, para ajudar à mim, e a outras pessoas no processo de transformação que só Deus pode fazer com o ser humano.

Meu grupo esteve por um longo período numa fase ruim. Estava passando por problemas sérios em diversos ângulos. Nunca deixamos de crescer tecnicamente e em Deus. Mas havia algo grave errado dentro do grupo: Os relacionamentos. Da liderança para equipe, da equipe para a liderança, entre os liderados, fofocas, intrigas, brigas, discussões, falsidade, inveja, orgulho, vários problemas ligados à área relacional. Na época, eu não sabia o quê fazer, eu chorava, virava noites pensando, orando e tentando achar uma saída para uma transformação definitiva e constante no grupo. Aquilo me incomodava demais. E eu não sabia mais o quê fazer, até que eu decidi começar pelo começo! (Risos).

Em 2011, Deus iniciou uma transformação profunda na minha vida. Algo extraordinário que eu sinto arder e queimar dentro de mim até hoje.  Parece que eu me converti novamente! Conheci de verdade esse Jesus!

Em agosto do mesmo ano, eu fui à um congresso de artes (10° Seminário Internacional, A dança no louvor e na Adoração – Com a Isabel Coimbra e a Cia Mudança. Em Belo Horizonte / MG). Cheguei ao evento cheia de expectativas e clamava por uma mudança definitiva no meu grupo. Pedia à Deus estratégia e visão espiritual, pois eu já não sabia mais o quê fazer, eu precisava de uma direção. 

O tema do Seminário foi: Corpo de Cristo. Tratou basicamente sobre relacionamento, desde a parte devocional à parte prática. Muitas das orientações ali naquele lugar, foram as bases fortes que me deram uma diretriz naquele momento de dificuldade e que norteiam até hoje. E principalmente, me deram subsídios para ajudar meu grupo da maneira que Deus queria. Uma delas foi: Valorizar o trabalho em equipe e valorizar seus membros em particular. É muito importante honrar o trabalho de alguém. Aprendi também como é importante investir tempo nos relacionamentos, conversar, sair para rir, comemorar os aniversários, ouvir assuntos importantes, mas também ouvir as bobeiras e brincadeiras. 

Fizemos uma dinâmica chamada: Corpo de Cristo conectado! Exploramos de forma isolada as possibilidades de movimento com nossos membros e depois tínhamos que nos conectar ao membro seguinte, executando o nosso movimento estudado, foi uma bagunça! (Risos). Mas entendemos a raiz da dinâmica: Temos que nos adaptar para estarmos em conexão com nosso próximo, e ele com a gente também. O corpo físico quando tem um membro doente, faz adaptações no corpo INTEIRO, para se manter saudável! Isso é lindo, não somos membros isolados e individuais, somos um!
Membros saudáveis, corpo saudável. Um membro doente, corpo doente. O corpo é ajustado e conectado, como bem diz a própria palavra de Deus.

Teve uma frase que me marcou muito nessa viagem e me encorajou à ousar mais no meu ministério. O tempo todo, nas atividades, o objetivo era GERAR IDEIAS. Eles incentivavam o raciocínio, nossa reflexão sobre as abordagens e tínhamos que pensar. 

Essa frase bateu forte no meu coração, pois eu estava na época prosseguindo com os preparativos do Espetáculo Máscaras, e embora estivesse tudo caminhando bem, eu ainda tinha muito medo, porque era a primeira vez que algo grande seria apresentado. E além disso, o grupo apresentava problemas de relacionamento. Deus falou profundamente comigo, me deu coragem, ideias, fez renascer no meu coração uma liderança de amor. Eu não voltei desse congresso com as técnicas mais profundas e elaboradas da dança atual, Mas voltei rica em motivação e em novas estratégias vindas diretamente do Senhor. 

A primeira atitude de fé que eu fiz quando voltei da viagem, foi implantar no ministério nosso modelo metodológico de estudo devocional: “Tu és minha dança”. Como eu estava com o coração ardendo em falar sobre o quê eu tinha aprendido no evento, iniciamos o 1° Módulo falando sobre Corpo (Unidade, relacionamento e Igreja), Foram 6 meses estudando e meditando sobre o assunto, e foi o ponta pé inicial para uma transformação absurda dentro do grupo. Hoje estamos no nosso 4° Tu és minha dança e a diferença entre o 1° e o 4° é gritante! Emociono-me ao lembrar. Deus é tremendo!

A sinceridade nasceu dentro do grupo, a transparência, a honestidade e a franqueza passaram à ser frequentes nos nossos relacionamentos. Passamos à nos encontrar mais fora dos ensaios e dos compromissos da Cia. Estar umas com as outras virou um prazer, as conversas mudaram e os vínculos ficaram mais fortes e fiéis. Comemorar os aniversários passou à ser algo indispensável. Vibrar com as vitórias e chorar as angústias também passou à ser comum. As orações estão mais firmes e a clareza espiritual aumentou. Hoje temos uma reunião só para rir, conversar e festejar: O encontro das sapatilhas. Passamos à declarar mais: Eu amo você! Você é importante para mim! Passamos à reconhecer mais o talento e potencial da outra. O incentivo interno mudou! Queremos que todas cresçam. Nossas ministrações mudaram consideravelmente, nos percebemos no olhar, nos passos mais simples e discretos. Diminuímos a perspectiva individual e nos comprometemos com o coletivo. 

A minha consciência à essa completa transformação de relacionamento, veio quando tivemos dois compromissos no mesmo dia, e eu dividi nosso grupo em duas equipes para suprirmos a agenda. Uma equipe ficou ministrando na nossa igreja, e uma equipe foi para outro compromisso apresentar. Foi uma cerimônia de despedida para sairmos da igreja!!! Nos abraçamos e ficamos fazendo graça de saudade, sentimos falta umas das outras, estávamos nos separando por um simples momento, mas o amor transbordava! (Risos). Todas as vezes que eu volto de viagem de algum congresso, sou recebida com aquele olhar doce de saudade e expectativas. Mudou completamente! Glória a Deus!

Uma outra confirmação e testificação de que estamos de fato, vivendo em COMUNHÃO, é que sempre estamos pensando nas mesmas coisas, as ideias se complementam. É absurdo e assustador! Tudo parece encaixar e de forma homogênea e ordenada, assim caminhamos e crescemos. O grau de concordância foi consideravelmente alterado, virou uma só voz e um só coração. Somos completamente diferentes e em Deus, somos um corpo só! 

Assim como IR à igreja não significa SER igreja. Frequentar um grupo não significa SER grupo. Para crescer e desenvolver no todo é preciso além de uma participação, é preciso doação. E doação remete à ir aos ensaios com prazer, fazer o quê for preciso fazer, somar e as vezes dividir, é pensar coletivamente, é ter o mesmo sangue irrigando os membros, é seguir respirando a mesma visão. Crescemos em CORPO! Hoje vivemos um relacionamento de amor, de união, vivemos um relacionamento saudável. Essa transformação transcendeu ao grupo, passou para nossas amizades, nossa família, nosso departamento, nossa igreja.   

É claro, existem problemas, não existe utopia de relacionamentos perfeitos. Onde há o ser humano, há conflito, e há problemas! Mas em Deus, podemos viver a verdadeira comunhão proposta por Ele na sua perspectiva de Igreja e Corpo de Cristo na terra. Viver profundamente o evangelho, ser amigo de Deus, ser amigo de gente, ouvir e ser ouvido, amar e ser amado, liderar, e fazer parte de um grupo, é ser corpo! É viver em relacionamento, é estar conectado! É ANDAR JUNTO!

Dedico este texto às minhas alunas da Cia de dança Gileade, com as quais eu cresci e ajudo à crescer. O sangue de Jesus corre no nosso corpo! Amo vocês!